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O IMPARCIAL/ PAÍS
São Luís, segunda-feira,09 de Maio de 2011


Tráfico nas cadeias brasileiras é abastecido por mulheres de presidiáriosAumenta o número de companheiras e familiares de presidiários que acabam detidas por levar entorpecentes durante as visitas


Publicação: 09/05/2011 10:01 Atualização: 09/05/2011 10:13

O arrependimento já veio há algum tempo, em forma de tristeza, mágoa, revolta e saudade dos quatro filhos que deixou do lado de fora da Penitenciária Feminina do Distrito Federal, conhecida como Colmeia. Entretanto, durante cinco anos, Jani Fernandes de Jesus, 28, “achava muito fácil entrar com a droga” no Complexo Penitenciário da Papuda, onde levava entorpecentes para o marido, detido por assalto à mão armada. A sensação de impunidade, aliada à oportunidade do lucro e ao que ela defendia ser “fidelidade amorosa”, alimentou o tráfico. Mas o resultado foi desastroso. Após ser denunciada pela própria sogra, em 2009, Jani foi presa e condenada a seis anos de cadeia.
Jani Fernandes passou cinco anos levando maconha para o marido na Papuda e foi denunciada pela própria sogra: dinheiro usado para pagar as contas (Gustavo Moreno/CB./D.A Press)
Jani Fernandes passou cinco anos levando maconha para o marido na Papuda e foi denunciada pela própria sogra: dinheiro usado para pagar as contas


Casos como o de Jani, segundo as autoridades, são recorrentes. Apenas na Colmeia, existem outras 136 mulheres detidas sob a mesma acusação — 27% das atuais 524 internas foram autuadas por levarem drogas aos companheiros ou parentes presos em outras instituições. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, esse percentual está em ascensão. Em maio de 2009, a proporção era de 22%. Só no mês passado, segundo a Subsecretaria do Sistema Penitenciário, 63% das mulheres presas no DF foram autuadas por tráfico.



No restante do país, o retrato é parecido. O último levantamento do Departamento Penitenciário Nacional, do Ministério da Justiça (MJ), aponta que 42% das 34.807 mulheres detidas em dezembro de 2010 respondiam por tráfico de drogas. De acordo com o MJ, a proporção de presas no país por envolvimento na venda de entorpecentes é maior do que o percerntual de homens (19%). Os números mostram que a tendência é que a quantidade de mulheres detidas por esse tipo de crime cresça cada vez mais.



Apesar do ato da revista, inspeção obrigatória para o ingresso e a saída de estabelecimentos penais, parte dos flagrantes ocorre não apenas por evidências materiais, mas pelo nervosismo ou até a “inexperiência” das visitantes, relata Jani. “Só fui presa porque minha própria sogra me denunciou. Mas a maioria das mulheres que levam drogas sabe do risco que correm. Mesmo que não tenham conhecimento no início, elas vão aprendendo na convivência com o companheiro”, afirma.



Jani levava maconha para o marido “por necessidade”, e a droga acabava sendo vendida para outros internos. Com o dinheiro que recebia nas visitas, ela pagava o aluguel, as contas e as compras de casa. “Ele estava preso e eu estava sozinha com os filhos. Como a droga é valorizada dentro da cadeia, o tráfico representava um jeito de ganhar dinheiro”, conta.



Segundo a delegada Deuselita Martins, diretora da Colmeia, muitas mulheres se envolvem com a venda de entorpecentes e especialmente no tráfico em área de segurança a partir do relacionamento com um parceiro já vinculado ao crime. “Elas se deixam levar por um amor doentio e correm o risco por eles. Agora, estão mais espertas, mas muitas que vêm para a penitenciária em função deles continuam se relacionando, mesmo que eles estejam presos também”, diz.



Quando a mulher é presa, mas o companheiro está solto, elas costumam ser abandonadas. “Na penitenciária feminina, a grande maioria das visitas são de mulheres. Os homens arranjam outras parceiras e acabam deixando as que perderam a liberdade”, conta Deuselita. O marido de Jani Fernandes, por exemplo, que já foi solto, nunca a visitou na Colmeia.




Obrigação



Antes de ser presa, Jani trabalhava como cabeleireira — atividade que também exerce na Colmeia. Ela conta que chegou a conseguir sustentar a família legalmente, mas se via obrigada a continuar traficando. “Meu marido virou um viciado. Não comia sem a droga e teve dois princípios de convulsão no presídio. Tinha medo que ele morresse. Eu era pressionada”, desabafa. “Não me vejo como criminosa. Na verdade, acho que não sou nem traficante. Sou uma mula, fui usada.”



Outro fator que agrava o problema ocorre sob a vigilância das próprias autoridades: o aliciamento de mulas. Uma visitante que não quis se identificar, abordada pela reportagem do Correio em dia de visita na Papuda, revela que a prática é recorrente: “Já me ofereceram R$ 1 mil para eu entrar com drogas dentro do presídio. As traficantes de verdade não entram, pagam as mulas para correrem o risco por elas”. Segundo a visitante, “é mais fácil encontrar entorpecentes dentro do presídio do que fora”.



Apoio ao crime



O sociólogo Ignácio Cano, do Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), lembra que, historicamente, as mulheres são usadas para fazer o transporte de drogas. “Em geral, a mulher no tráfico tem um papel de complementação, de apoio. A prisão de mulheres no tráfico internacional, por exemplo, é comum porque elas são menos suspeitas e mais recorridas.” De acordo com o sociólogo, as polícias vêm fazendo um esforço de processar as mulheres dos traficantes, ainda que por outros crimes que estejam vinculados à prática. Em relação ao tráfico de substâncias e objetos ilícitos para dentro das penitenciárias, Cano lembra que, mais nociva do que a entrada das drogas é o ingresso de armas e de celulares. (LL)




FONTE: http://www.oimparcial.com.br/app/noticia/pais/2011/05/09/interna_pais,80094/trafico-nas-cadeias-brasileiras-e-abastecido-por-mulheres-de-presidiario




Colunista

Presídios On Line

Presídios On Line



Pela Reabilitação, o Sistema Prisional do Estado do Maranhão firma importante parceria entre Secretarias (Sedihc e Sejap).

Postado por Presídios On Line em 30/04/2011 19:31:00
Sedihc e Sejap iniciam ação para ressocializar mulheres do regime semi-aberto.




































Priorizando a reinserção social com profissionalização objetivando plena reabilitação Secretarias firmam importante parceria no Estado do Maranhão 


As Secretarias de Estado de Direitos Humanos e Cidadania (Sedihc) e de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) firmaram parceria com o objetivo de ressocializar mulheres apenadas em regime semi-aberto no Presídio Feminino de Pedrinhas

O trabalho teve início no dia 28 (28/04/2011), durante visita da secretária de Direitos HumanosLuiza Oliveira, à unidade.

- "Essa é uma grande oportunidade para mostrarmos que dentro desses locais de privação existem pessoas capazes, esperando apenas uma oportunidade. Vamos começar esta ação levando algumas mulheres para trabalhar com a gente. A Sedihc reitera seu interesse em fechar parcerias como esta, que tem tudo para dar certo", ressaltou a secretária.

Na visita, ao lado de uma equipe composta de uma psicóloga, uma assistente social e dois estagiários de psicologia, além de servidores da Sejap, Luiza Oliveira acompanhou a seleção de detentas que irão integrar o quadro de colaboradores da Sedihc e da Gerência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-MA).

A princípio, serão escolhidas 10 reeducandas. 

Nesta primeira etapa, foram feitos testes com cinco mulheres. Posteriormente, outras cinco internas passarão pela triagem. As candidatas foram pré-selecionadas, pela equipe de assistência psicológica da penitenciária, entre as 160 internas.

- "Essa parceria é muito importante para que as apenadas se sintam úteis e que possam desempenhar uma função que poderá ser sua profissão quando elas saírem daqui", destacou Joseane Furtado, diretora do Presídio Feminino.

Inclusão

Com o objetivo de minimizar o problema da superlotação do sistema prisional maranhense, a Penitenciária Feminina de Pedrinhas foi inaugurada em agosto de 2010. O prédio abriga hoje as mulheres que cumpriam pena no Centro de Reeducação e Inclusão Social de Mulheres Apenadas (Crisma)Centro de Detenção Provisória Feminino de Paço do Lumiar, além de receber internas de todo o Maranhão

O espaço oferece as condições necessárias para que as reeducandas possam cumprir suas penas em um ambiente adequado e higienizado.

O presídio possui 11 blocos divididos em áreas de saúde, convivência, reservatório, torre de observação, celas individuais, celas coletivas e espaço para funcionários. Foi construído em uma área de 60 mil m2 e tem capacidade para 210 reeducandas.


Edição de conteúdo, Diagramação, e Publicação:
Por: Elizabeth Misciasci
Da Redação Revista zaP!®
imprensa@revistazap.org
Com Informações:
Secretaria de Estado de Direitos Humanos 
e Cidadania e de Justiça e Administração Penitenciária (Estado Maranhão)

Assessoria de Imprensa

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Em Cascavel no Paraná, Presas desabafam e reclamam de abandono das famílias

Postado por Presídios On Line em 30/06/2010 14:13:00
Cotidiano



Foto: 15ª SDP (Subdivisão Policial) de Cascavel. - Crédito: Polícia Militar do Paraná




As mulheres conquistaram ao longo do tempo e talvez com certa dificuldade muitos direitos. Há algumas décadas mulher não podia trabalhar fora, devia ficar em casa, cuidar do marido e se preocupar apenas com a família e a casa. Ai de quem ousasse querer fazer diferente. Hoje o sexo feminino faz ‘quase tudo’ que os homens fazem inclusive matar, roubar e traficar. A cada ano a porcentagem feminina nas carceragens de todo o Brasil aumentam. No entanto, os cárceres que não foram ‘preparados’ para elas acabam não sendo suficientes para atender a demanda, aliás, não atende nem mesmo a masculina. 

Não bastassem as dificuldades relacionadas com a superlotação, outros fatores como abandono e solidão são as ‘companheiras’ constantes dessas mulheres a margem da sociedade, diferente do que ocorre com os homens na mesma situação.
Ana Cláudia cumpre pena pelo crime de roubo na 15ª SDP (Subdivisão Policial) de Cascavel. Ela é bastante jovem, tem pouco mais de 20 anos e esta é a segunda vez que foi presa. Sobre isso, ela diz que ‘não teve muita oportunidade e que a vida a acabou levando a essas circunstâncias’. “Não é que você quer fazer, você sabe que não é certo, mas a necessidade acaba te obrigando”, disse. 

Ela conta que a vida na prisão é bastante sofrida, e que quando sair pretende ‘fazer de tudo para não mais voltar’. “A gente não tem perspectiva aqui, mas quando eu estava fora vacilei”, comenta. “Quando sair eu quero mudar e espero não voltar nunca mais para cá”. 

Entre as dificuldades relatadas por ela está o abandono. “Eu não recebo visitas, de nós mulheres são poucas as que recebem e quando isso acontece é de mãe, filho, irmãs, homem mesmo não aguenta esse negócio de fila de visita em carceragem não”, desabafa. “Pode reparar, quem forma fila em porta de delegacia é mulher que vem visitar o marido”. 

Ana que está grávida de cinco meses conta que seu caso é um bom exemplo. “No começo eles até vem, eu, por exemplo, recebi poucas visitas, e em uma delas eu engravidei”, relata. “E depois que descobri que estava grávida, também descobri que ele [o companheiro] estava me enganando lá fora”, acrescenta. 

Segundo ela, ele estava ‘aprontando’ e essa descoberta acabou ‘justificando as poucas visitas’. “A última vez eu fui perguntar sobre isso e ai gente acabou brigando, ele nunca mais apareceu”.

Quando questionada como vai ser quando a criança – um menino, que ela ainda não escolheu o nome – nascer, ela se emociona, e diz que não faz ideia. “Eu estou fazendo o pré-natal, a gente tem acompanhamento aqui, mas depois não sei o que fazer”.

O problema fica ainda maior, pois Ana não tem sequer previsão de sair da cadeia. “Eu não tenho advogado, não posso pagar, minha família não tem condição, minha mãe mora longe, e tem meus irmãos para ela cuidar, além de minha outra filha de cinco anos que mora com ela”, diz. “Faz quase um ano que não vejo minha filha, faz mais de cinco meses que não recebo nenhuma visita”. 

Quando pergunto o que ela faz com a solidão e como são para ela os sábados (dia aberto a visitas), a resposta é surpreendente. “Quase nenhuma de nós [mulheres] tem visita mesmo, então a gente aproveita a visita dos outros, quando uma recebe visita ‘divide’ ela com as outras”.

A jovem afirma diante da situação que as mulheres são mais fieis e companheiras. “O homem pode ser preso pelo motivo que for, se ele tem mulher ela vem visitar”.

Números

Ana é só uma entre as 111 que estão presas em Cascavel. No Brasil mais de 31 mil mulheres encarceradas no Brasil. O crescimento de casos é assustador. Os dados do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) registraram em dezembro do ano de 2004 que a parcela feminina atrás das grades era de 18 mil. O ano de 2009 fechou dezembro com mais de 30 mil. Esse índice representa crescimento de 70% em 5 anos. 

De acordo com a assessoria do Depen, cerca de 470 mil pessoas estão presas no país hoje, mais de 440 mil são homens e o restante, mulheres. O déficit de vagas é de mais de 170 mil. 

Motivos

Segundo análise do Depen, é preciso avaliar uma série de fatores antes de simplesmente ‘condenar’ a participação feminina na criminalidade. 

Há quem não entenda, mas algumas mulheres – e homens também – são levados ao mundo do crime por este ser considerado ‘rentável’ e hoje em dia muitas mulheres são ‘chefes de família. O tráfico de drogas é o crime que mais leva mulheres à prisão. No mês de abril, em Cascavel, duas situações chamaram a atenção, a primeira de uma família que ‘trafica unida’, pai, mãe e filhos adolescentes. O outro caso são as três mulheres que foram pegas em flagrante vendendo drogas no Bairro Interlagos. Duas delas eram reincidentes. 

Da Redação Revista zaP!

Com Informações:

Viviane Nonato / Gazeta do Paraná
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Intervenção em Penitenciária de Campina Grande Estado da Paraíba

Postado por Presídios On Line em 30/06/2010 13:33:00



























O ex-deputado estadual Carlos Mangueira (PMDB), secretário de Cidadania e Administração Penitenciária do Estado, designou a servidora Uberlândia de Sousa Félix para intervir na direção da Penitenciária Feminina de Campina Grande, durante o período de 30 dias, para promover as apurações necessárias e adotar medidas de segurança adequadas ao restabelecimento da ordem na referida unidade prisional. 

A direção anterior da Penitenciária Feminina de Campina Grande foi afastada, em maio de 2010, após constatações de irregularidades relatadas ao Ministério Público por agentes penitenciárias.

Entre as denúncias relatadas, uma contava que as reeducandas da unidade prisional estariam sendo coagidas a contratar os serviços de uma advogada que seria mulher do diretor adjunto do presídio, isso, conforme declarações, teria por objetivos obtenção de progressão de penas.

Em outra denúncia, foi dito ao Ministério Publico, que uma reeducanda sentenciada á pena de três anos e seis meses em regime semiaberto, não obteve o benefício prolatado em sentença. Também conforme declarações, a apenada, cumpriu toda a sentença penal condenatória por um período superior a três anos, em regime fechado. 

Dentre todas as denuncias feitas, a que mais despertou atenção e providencias imetiadas, seria o tráfico de drogas e uso de celulares pela massa carcerária. Estas declarações, também são citadas nas denúncias. 


Da Redação Revista zaP!

Com Informações: PBAgora e Correio

Governo do Estado realizou ações de combate às drogas nos presídios do Estado

Dentro das atividades da I Semana Estadual de Ações Educativas sobre Drogas, realizada pelo Governo do Estado, através do Programa Estadual de Políticas sobre Drogas, os servidores da Secretaria de Cidadania e Administração Penitenciária (Secap) reforçaram o time de agentes mobilizados na campanha educativa de combate às drogas. 

No último dia 13, a diretora do Centro de Reeducação Feminino Maria Julia Maranhão, Susana Lima dos Santos; o gerente do PEPD/PB, Deusimar Guedes; e a secretaria Especial de Políticas Públicas para Mulheres, Douraci Vieira dos Santos, estiveram no presídio para realizar um trabalho de conscientização dos males provocados pelas drogas juntos às reeducandas e seus familiares. 

Além do Presídio Feminino, em todas as outras unidades prisionais da Grande João Pessoa e de Campina Grande agentes penitenciários e servidores, estiveram envolvidos nesse projeto do Governo do Estado de combate às drogas, por meio de panfletagem e divulgação.Com o slogan ‘Os efeitos da droga não prejudicam só o usuário’, a campanha tem como objetivo mostrar à sociedade os efeitos devastadores do uso inadequado das substâncias psicoativas. 

Também entre os dias 12 e 19 deste mês de junho, foram realizadas discussões, reflexões e atividades de prevenção às drogas, alertando sobre o perigo que o uso de substâncias químicas representa para a sociedade.Por: Angélica Nunes, da Assessoria de Imprensa da Secap

Da Redação Revista zaP!

Com Informações:

Assessoria de Imprensa da Secap

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Atividades que renovam vidas

Postado por Presídios On Line em 30/06/2010 13:03:00
Cursos e oficinas para as detentas são instrumentos de reintegração social





Foto: Ed Alves



Penitenciária Feminina do Gama, mais conhecida como Colméia,tem procurado fazer a diferença e mudar a imagem das penitenciárias do Distrito Federal. No local, são oferecidos diversos cursos, inclusive um Núcleo de Ensino, que atuam da alfabetização ao Ensino Médio. Esse espaço proporciona às internas, uma oportunidade de mudança, aprendizado e reintegração à sociedade. Hoje, há no presídio 550 internas em regime fechado e semi-aberto.
A diretora da Colméia, delegada Deuselita Martins, diz que os cursos são uma maneira de oferecer conhecimento e terapia. “O objetivo é tornar a Penitenciária Feminina em um centro de reintegração social, oferecendo diversos cursos profissionalizantes. Com a ajuda de parceiros, estamos conseguindo desenvolver esse tipo de trabalho”, explica. 

A chefe do Núcleo de Ensino, Ivone Torres, gostaria que todos fossem atingidos de forma positiva. “É muito difícil o envolvimento de todos, pois somente uma minoria que participa e realmente usa esses cursos e oficinas para uma oportunidade de vida. Grande parte da massa carcerária não mostra interesse. Há parcerias. Oferecemos muitas atividades, mas algumas não se mostram interessadas em adquirir conhecimento. As poucas interessadas, no entanto, desenvolvem-se bem”, afirma. 

No Núcleo de Ensino, há cerca de 200 alunas matriculadas. “Na verdade, se todas quisessem estudar, teriam possibilidade. Basta que nos procure para se inscreverem no curso que desejarem fazer. Mas algumas preferem ficar o dia todo na cela. Procuramos mudar o comportamento das internas oferecendo esses cursos”, diz a agente de Polícia, Carla Monteiro, que trabalha a mais de um ano da Penitenciária. 

Na Colméia, são oferecidos cursos profissionalizantes como Assistente de Vendas, Assistente Administrativo, cabeleireiro, manicure, pedicure, depilação, violão, teatro e costura com arte em retalhos (patchwork), reciclagem, costura industrial e fábrica de sabão, que utiliza restos de óleo de cozinha. “Estamos fazendo uma campanha para arrecadar óleos usados, ligando para restaurantes. Buscamos até em casa, se for preciso”, aponta Monteiro. 

Todos os cursos profissionalizantes são ministrados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), um dos parceiros da penitenciária, que oferece certificado para todos os cursos e oficinas. Eles apresentam duração de 160 horas. No curso de cabeleireiros, estão inscritas 20 internas; no de manicure, 20 também; no curso de Assistente de Vendas, 21; e de Assistente Administrativo, 15. O Sebrae oferece o curso de costura industrial e gerencia a fábrica de sabão. O Senac participa propiciando às internas cuidados pessoais, como cortes de cabelos, e assim, ajuda a valorizar a aparência das mulheres na Penitenciária. 

Para cada participação das atividades no Presídio, as internas ganham o direito de reduzirem suas penas. No caso dos cursos profissionalizantes, para cada três dias de trabalho, a interna ganha um dia de perdão. No Núcleo de Ensino, o benefício é contado em horas/aulas – a cada 18 horas/aula, a detenta tem um dia retirado da pena. “Essa redução faz parte de uma execução penal. É um direito de todo preso. Mas, com certeza, é um incentivo às internas para participarem de algum trabalho”, diz a delegada e diretora do presídio, Deuselita Martins.

RECONSTRUÇÃO DO FUTURO

Patchwork, um dos cursos ministrados na Colméia, é uma expressão em inglês que quer dizer “remendado”, ou “feito com retalhos”. É um trabalho artístico em que os pedaços de tecido são costurados. Esse curso tem como slogan “Juntando Pedaços e construindo possibilidades”. Ele foi ministrado por uma professora durante 10 dias e, agora, as internas desenvolvem os trabalhos sozinhas. São diversos produtos feitos com retalhos tanto em costura, quanto em crochê, entre eles, tapetes, bolsas, portas-moeda e estampas de blusas. “Gosto muito. É maravilhoso, pois além de ser uma terapia, estou aprendendo uma atividade para gerar renda e, quando eu sair daqui, posso até montar meu próprio negócio”, diz Arquinéia Conceição, interna desde outubro de 2009. 

As internas recebem muitas encomendas de fora e o dinheiro das vendas, metade é para a compra de material e a outra metade é repartido entre elas. Além do dinheiro, as internas ganham com o aumento da auto-estima, com a possibilidade de resgatar suas vidas, de se ressocializarem, aprenderem a reconstruir uma nova oportunidade de mudança e, com isso, transformar a realidade social. “Ao oferecer cursos profissionalizantes, estamos proporcionando a elas uma maneira de inseri-las no mercado de trabalho e, assim, propiciar uma forma de geração de renda e recuperação”, diz a delegada Martins. 

Segundo ela, quanto mais as internas procuram participar das atividades oferecidas na Penitenciária, mais existem chances delas serem reintegradas à sociedade. “Desde que estou aqui, como diretora da Colméia, estamos conseguindo mudar o quadro de reincidência, ou seja, das internas retornarem ao presídio. Podemos dizer hoje, que 90% das que fazem algum curso, dão-nos uma resposta positiva”, comemora a delegada. Conforme ela ressalva, uma posição mais efetiva da recuperação das internas poderá ser notada daqui a uns quatro ou cinco anos. “Aí sim, vamos ter certeza que conseguimos inseri-las na sociedade. Estamos plantando agora para colher no futuro. Se conseguirmos que elas tenham vontade de mudar, então já teremos realizado um grande avanço em nosso trabalho”, diz. 

No Núcleo de Ensino, a professora Lidiele Miranda, há um mês trabalhando na Colméia, diz-se pasma com o progresso das internas nas aulas. “A palavra para descrever o que penso é surpreendente. É muito diferente dos alunos que estou acostumada a lecionar nos ambientes normais de aulas. Elas conseguem interpretar situações e palavras. Penso que isso se deve pelo fato de vivenciarem uma realidade da rua. Apesar das gírias, elas sabem bem a diferença das coisas e conseguem acompanhar bem o que lhe são ensinadas”, ressalta. 

A interna Luciana Sammarco, 19 anos, que participa do curso de Assistente de Vendas, está há um ano no presídio e também participa das aulas de informática. “Eu sempre procuro estudar e me dedicar, para, quando eu sair daqui, eu possa conseguir arrumar um emprego na área que estou me profissionalizando”, diz. 

Jéssica de Melo, que está há dois meses presa, diz que não pretende ficar todo o tempo de sua pena com a mente vazia. Ela procura fazer diversos cursos para ocupá-la, inclusive, as aulas de violão. “As atividades aqui são proveitosas. Distraio-me nas aulas de violão, busco conhecimento nas aulas de informática e de assistente de vendas. Quando eu sair, quero colocar em prática o que aprendi aqui dentro e não voltar a fazer besteiras”, revela.
A técnica penitenciária, Rhielly Kristina de Souza, diz que acredita na mudança das internas. “Se todas fossem interessadas, quisessem mudar a realidade delas, seria muito bom. As que participam do curso já não nos dão trabalho, se concentram nas atividades que realizam, começam a apresentar uma visão diferente das coisas”, diz.



SERVIÇO

Para quem desejar ajudar a fábrica de sabão da Penitenciária Feminina do Gama com óleo usado, pode ligar para 3901-5375 e falar com as agentes Carla ou Jordânia. Uma equipe irá buscar o produto no local.


Reportagem Por: Thaiza Murray

Tribuna do Brasil
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Mulher é presa após roubar R$ 220 em chocolates em SP

Postado por Presídios On Line em 30/06/2010 12:55:00
Guloseimas foram colocadas dentro de uma bolsa.
À polícia, ela disse que furtou porque era vendedora ambulante.



Uma mulher foir presa na terça-feira (29) após roubar R$220 em chocolates de uma loja de doces de Americana, a 127 km de São Paulo.

Segundo os proprietários do estabelecimento, a mulher entrou na loja com uma bolsa de viagem, onde os chocolates furtados foram guardados. Depois de encher a bolsa com as guloseimas, ela ainda pegou um rolo de papel para embalagem.

Ela não percebeu que os funcionários desconfiaram e chamaram a Guarda Municipal. A mulher foi abordada quando caminhava em direção ao Centro da cidade. Segundo a Guarda Municipal, ela chorou ao receber voz de prisão e revelou que é vendedora ambulante, por isso, furtou os chocolates para vender.

A mulher foi autuada em flagrante e levada para a cadeia feminina de Santa Barbara D'Oeste, a 135 km de São Paulo.

Da Redação Revista zaP!

Com Informações:

EPTV
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CADEIAS LOTADAS - Duas novas cadeias no horizonte do governo

Postado por Presídios On Line em 30/05/2010 14:02:00



Para aplacar o déficit de vagas no sistema carcerário gaúcho e amenizar os problemas decorrentes do aumento de presos nos últimos 10 anos, o governo estadual espera inaugurar pelo menos duas novas prisões até o fim deste ano.

Segundo a secretária-geral de Governo, Ana Pellini, a expectativa do Executivo é finalizar as obras em andamento nas penitenciárias regionais de Santa Maria e de Arroio dos Ratos.

Os trabalhos em Santa Maria foram iniciados em 2006, com o objetivo de abrir 336 vagas. Depois de muitas idas e vindas, mais de 90% da construção está concluída desde junho do ano passado.

Uma nova ala, cujas obras foram autorizadas em abril, deverá comportar outros 336 apenados, totalizando 672 vagas.

Em Arroio dos Ratos, máquinas e operários trabalham desde janeiro para erguer o prédio, projetado para receber outras 672 pessoas, a um custo total de R$ 20,7 milhões. O prazo inicial para finalização era julho de 2011, mas Ana Pellini afirma que a entrega poderá ser adiantada:

– Não sabemos se vamos conseguir, mas estamos otimistas. Desde o início, construir prisões é uma das nossas prioridades.

Ao todo, o governo do Estado pretende concluir outras 10 penitenciárias nos próximos anos, além das obras em Santa Maria e Arroio dos Ratos. Estão previstas pelo menos 5.904 novas vagas no regime fechado.

Aposta em tornozeleiras pode aliviar unidades

Fora isso, a secretária-geral afirma que, desde abril, foram entregues pelo menos 1.050 vagas prometidas para o regime semiaberto, com a criação de albergues emergenciais.

Já estão ocupados os alojamentos criados no Instituto Penal de Viamão, no Albergue Feminino Porto Alegre e no anexo à Penitenciária Estadual do Jacuí. Também foi inaugurado recentemente um albergue em Palmeira das Missões.

Ciente de que, ainda assim, continuarão faltando vagas, Ana Pellini aposta na adoção das tornozeleiras eletrônicas em presos até o fim deste ano.

Segundo ela, os estudos sobre os equipamentos estão em fase final. A secretária espera que os aparelhos sejam aplicados nos detentos do regime aberto, desafogando albergues.

Com Informações:
Zero Hora
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Artesanato produzido na Penitenciária Feminina em exposição no Shopping Praia da Costa

Postado por Presídios On Line em 30/05/2010 13:54:00


O artesanato de conchas que é produzido pelas internas da Penitenciária Estadual Feminina, em Tucum, Cariacica, está em exposição na Feira de Artesanatos Finos e Móveis de Demolição do Shopping Praia da Costa. A Feira acontece na Praça de Eventos, localizada no primeiro piso do shopping e vai até o dia 03 de junho. Os visitantes poderão, além de conhecer o trabalho que é desenvolvido pelas detentas, adquirir peças como castiçal, porta-guardanapo, lápis decorados e esferas para decoração.

As internas produzem o material sob a supervisão da artesã Giovanna Rocha Barbosa, que é formada em Desenho e Artes pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Giovanna capacitou 15 internas durante um curso que teve carga horária de 80 horas. Desde o início do ano está em funcionamento uma frente de trabalho que conta com cinco internas. Elas produzem peças que tem o design desenvolvido pela instrutora e artesã.

As internas que atuam na frente de trabalho além da remuneração recebem o benefício da remição de pena, ou seja, a cada três dias trabalhados elas reduzem um dia no cumprimento da pena.

Trabalho Prisional

Atualmente, existem frentes de trabalho em 11 unidades prisionais do Estado e, mais de 1.200 presos trabalham tanto dentro quanto fora das unidades prisionais.


São parceiras da Sejus no oferecimento de oportunidades de trabalho aos internos, empresas de construção civil (Montalvani, Tomazelli, Bozi), além das Prefeituras de Linhares, Viana, Colatina, Cariacica e Barra de São Francisco, a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o Instituto Capixaba de Assistência Técnica, Pesquisa e Extensão Rural (Incaper), entre outros.

Alguns dos trabalhos desenvolvidos pelos internos são: produção de bancos de couro, confecção de blocos de concreto, produção de mudas de eucalipto, construção civil, costura de bolas, serviços gerais, finalização e acabamento de confecção, artesanatos diversos, produção de marmitex, entre outros.

Os internos que atuam nas frentes de trabalho recebem além do benefício de remição de pena, ao menos um salário mínimo por mês. Conforme determinado pelo Programa de Pagamento ao Trabalhador Preso, uma parte do salário vai diretamente para uma poupança, em nome do interno, outra parte vai para família e a terceira, para o preso. O dinheiro da poupança só pode ser retirado quando a pessoa é beneficiada com a liberdade.

Trabalho para presos em obras do Governo

Foi publicado no Diário Oficial, no mês de fevereiro, o decreto Nº 2460-R que determina às empresas contratadas ou conveniadas aos órgãos do Governo do Estado, a contratação de 6% da mão-de-obra total para a execução da obra ou serviço de advindos do sistema penitenciário do Estado. Sendo que 3% deverão ser presos e 3% egressos.

As empresas que já estejam contratadas pelos órgãos da Administração Direta ou pelas entidades da Administração Indireta do Município, em razão de convênio firmado com o Estado, vão poder, a qualquer tempo, aderir voluntariamente às disposições do Decreto.

Conforme determina o decreto, o salário pago aos presos e egressos não pode ser inferior a um salário mínimo. O trabalho de detentos não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e sim à Lei de Execução Penal, o que faz com que a empresa fique dispensada do recolhimento dos encargos trabalhistas. 

Com Informações:(Assessoria do Governo do Estado)